Defesa Civil só no papel: "Hora de parar de fingir que estamos prontos"

- — Hoje, os sinais de alarme são usados principalmente simbolicamente — por exemplo, por ocasião do aniversário da Revolta de Varsóvia ou outros eventos importantes. Na prática, poucas pessoas sabem o que realmente significam — convence o General Roman Polko.
- — Há muita gente em estruturas de gestão de crises, mas pouquíssimas delas realmente fazem alguma coisa. Pessoas que fracassaram em qualquer outro lugar muitas vezes acabam lá. Elas foram simplesmente transferidas para o "quartel-general da crise" na esperança de que não houvesse guerra — alertam os militares.
- Segundo a General Polka, uma das omissões mais graves é a falta de educação e preparação dos cidadãos. Ela admite que hoje pode não haver reação a um sinal de alerta no conjunto habitacional, porque as pessoas não saberiam o que isso significa.
No início do ano, o governo fez um anúncio ambicioso: a Polônia receberá até 6 bilhões de zlotys por ano para a construção e modernização de abrigos e outras instalações de proteção da população . O dinheiro seria garantido pela nova lei de defesa civil, que entra em vigor este ano. O Ministério do Interior e da Administração Pública garantiu que os primeiros subsídios para os governos locais começarão antes do final de setembro e, graças ao uso da tecnologia de pré-fabricação, será possível iniciar rapidamente as obras de construção de abrigos ainda este ano.
Chega de teoria. Na prática — como argumenta o General Roman Polko, ex-chefe da unidade especial GROM e chefe interino do Departamento de Segurança Nacional — tudo permanece inalterado.
Tudo isso nem começou ainda. Abrigos? Não existem. E quando alguém mostra esconderijos, são esconderijos mofados nos quais nenhuma pessoa normal gostaria de entrar.
- enfatiza o General Roman Polko em entrevista ao PortalSamorzadowy.pl.
Ele também ressalta que os abrigos modernos não precisam ser porões escuros e úmidos.
— Esta não é a República Popular da Polônia, o abrigo de hoje não precisa ser um porão cheio de mofo — enfatiza. Ele acrescenta que eles devem servir a funções utilitárias, como esportes ou comércio, o que justificará sua manutenção também em tempos de paz.
Você pode ver a conversa completa aqui.
O problema com pessoas que trabalham em estruturas de gerenciamento de criseEmbora cooperativas habitacionais, hospitais e autoridades locais declarem sua disposição de agir, reclamam que ninguém sabe onde se candidatar, como solicitar recursos e de acordo com quais diretrizes planejar os investimentos. O General Polko avalia sua preparação de forma particularmente crítica.
Há muita gente em estruturas de gestão de crises, mas pouquíssimas delas realmente fazem alguma coisa. Muitas vezes, pessoas que fracassaram em qualquer outro lugar acabam lá. São simplesmente transferidas para o "quartel-general da crise" na esperança de que não haja guerra.
- alerta o general Roman Polko
Segundo ele, não é falta de vontade, mas sim de iniciativa e responsabilidade.
— Você tem uma posição, conhecimento e competências — reaja. Não conte com alguém para fazer isso por você. Se não sabe de algo, pergunte, mas não finja que não há problema. E não se limite a reportar a um nível superior de comando, gerência, e verificar se o problema foi resolvido — apela o ex-comandante do GROM, citando a situação de Bydgoszcz.
- O foguete sobrevoou o território polonês, caiu em Bydgoszcz, e o homem que havia sido treinado durante anos sobre o que fazer com ele, como agir, decidiu que, quando passasse a informação ao ministro, que não tinha ideia de como reagir, o assunto estaria resolvido - diz um conhecido oficial militar.
Os governos locais devem finalmente começar a tomar medidas concretas por si própriosComo enfatiza o General Roman Polko, autoridades governamentais locais, autoridades e pessoas responsáveis pela segurança devem parar de esperar por instruções vindas de cima . São elas que estão em campo, conhecem as realidades locais e cada ação deve começar com elas. Se não entenderem isso, o sistema continuará a operar apenas no papel – até a próxima situação que surpreenda a todos novamente.
— Espero iniciativa dessas pessoas. Não pode ser que uma região esteja ameaçada por inundações, haja uma equipe de crise e essas pessoas não façam nada. Não, essas pessoas têm a obrigação de liderar com suas próprias iniciativas, com suas próprias ideias, de lutar pelo que está dentro de sua esfera de responsabilidade — enfatiza o General Polko.
A sociedade não está preparada - educação e reforma são necessáriasSegundo a General Polka, uma das omissões mais graves é a falta de educação e preparação dos cidadãos. Ela admite que hoje pode não haver reação a um sinal de alerta no conjunto habitacional, porque as pessoas não saberiam o que isso significa.
Hoje em dia, os sinais de alarme são usados principalmente de forma simbólica – por exemplo, por ocasião do aniversário da Revolta de Varsóvia ou de outros eventos importantes. Na prática, poucas pessoas sabem o que realmente significam . Às vezes, eu mesmo me pergunto sobre isso. Mas esse sistema pode ser expandido e integrado aos canais de comunicação modernos – como mídia, televisão, rádio ou telefonia móvel. Uma reforma completa é necessária nessa área.
- convence o General Polko.
O general aponta Israel como exemplo de um país onde a sociedade compreende seu papel no sistema de segurança. "Estive em Israel e vi como funciona. As pessoas de lá sabem que sua segurança começa com elas mesmas", explica, acrescentando:
— Eu recomendaria o modelo israelense acima de tudo como um modelo de sociedade responsável por sua própria segurança, porque, quando se trata de responsabilidade pela nossa segurança comum, ela é de baixo nível. Pessoas em conjuntos habitacionais, em escadas, em conjuntos habitacionais permanecem anônimas, e isso realmente dá uma vantagem a vários tipos de homenzinhos verdes — afirma o General Roman Polko.
portalsamorzadowy